quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

O presente

Por Natércia Gomes de Sousa

Doces lembranças do ano Mãe Coruja que passou: o tão sonhando Canto Mãe Coruja nos municípios, a contratação dos profissionais que deram forma ao Programa, a parceria com as cidades, as ações de cada Secretaria Estadual e Municipal que fortaleceram a nossa corrente, como a Campanha Nenhuma Pernambucana Sem Documento, proporcionando a cidadania das nossas mulheres sertanejas; os cursos de qualificação profissional que, além de conhecimentos e qualificação, trouxe a independência de muitas gestantes.

E os círculos de cultura? Ah, quantas histórias emocionantes tivemos dessas aulas, que na verdade foram lições de vida, de entrega e vitória para tantas gestantes que no nosso imaginário, descobriram um mundo novo! O mundo das letras, o mundo que antes estava no escuro e hoje tem a claridade de conhecer sua história enquanto mulher cidadã! E o tão sonhado enxoval!

Tanta alegria dada as nossas gestantes que vêem no bem material o seu maior presente. A emoção de um profissional que ao entregar um kit vê a gestante chorando porque estava prestes a ganhar seu filho e não tinha comprado uma fralda, nada paga tanta emoção! Nem sabe aquela mulher que o profissional estava ganhando muito mais que ela! Ganhando sabedoria, experiência de vida e tantas outras emoções...

E o nosso grande parceiro IPA! Tanto apoio dado as nossas ações e a integração que deu certo em um fortalecimento de parceria para o engrandecimento da rede. Tivemos ainda nossas articulações com o Programa do Leite, nossas reuniões com agricultores que em depoimento entenderam como funciona a rede Mãe Coruja, como disse um deles após explicação do Programa: “Então vamos ganhar duas vezes! A gente vende o leite que volta para a minha mulher se tiver gestante”. Maravilhoso entendimento!

Tivemos as oficinas de Segurança Alimentar que deram mais brilho e entendimento às equipes dos Cantos Mãe Coruja. Não poderia esquecer das nossas reuniões semanais com o Comitê Regional que incansavelmente, discutia os avanços e entraves do Programa nos municípios, cada representante buscando de forma sábia e habilidosa erguer o Mãe Coruja em seu território. Parabéns a todos e nossos agradecimentos àqueles que muito colaboraram.

Nossos profissionais que vêm dando mais vida ao Programa e alegrando as vidas de mulheres e crianças.

Estas foram apenas algumas das tantas surpresas maravilhosas que tivemos o privilégio de desfrutar.

Tivemos alguns dissabores, afinal nem tudo são flores! Mas serviu para amadurecermos e corrigirmos possíveis falhas.

Agora é preciso refletir sobre as lembranças do nosso próprio ano: família, amor, amigos, conquistas, saúde, crescimento, superação. Se enumerarmos tantos presentes que recebemos durante este ano Mãe Coruja, ficaríamos conversando dias a fio. São tantas coisas boas que às vezes esquecemos de agradecer a nossa família que tanto nos apóia nesse sonho de termos uma realidade diferente pra nossas gestantes e seus filhotes, agradecer ainda ao próximo e principalmente a Deus que nos fortalece na caminhada longa. Mas entre tantos presentes que recebemos, dia após dia, não damos conta do valor inestimável que um deles representa. Ele é nos dado naturalmente, independente da nossa classe social, descendência ou credo. Este presente é o mais lindo de todos eles. É a oportunidade de vivermos uma vida de entrega, em que nosso próximo está em primeiro lugar!

Se você faz parte da nossa família Mãe Coruja e conhece o valor que esse Programa representa nas nossas vidas, sabe muito bem o valor que este presente significa.

Comemoremos a chegada de 2009 mostrando às pessoas a importância de melhorarmos a vida das “Marias” do nosso sertão. Façam que o ano seja o mais brilhante de todos, espalhando entusiasmo, carinho, dedicação e amor às pessoas.

O meu grande abraço a todos que colaboraram com 01 ano Mãe Coruja no Araripe. Que 2009 tenhamos muito mais garra pra vencermos!

Natércia Gomes de Sousa
Assistente Social, Coordenadora Comitê Regional no Sertão do Araripe
e apaixonada pelo Programa Mãe Coruja Pernambucana.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Feliz Natal

A equipe do Programa Mãe Coruja Pernambucana deseja um feliz Natal e um próspero ano-novo a todas as pessoas que contribuíram, de alguma forma, para que este sonho se tornasse realidade.
Que as mães pernambucanas, e seus filhos, tenham o carinho, o cuidado e a proteção necessários em 2009. de

Que a vida floresça.
Que imagens como esta, façam cada vez mais parte de nossas vidas.

Equipe do Mãe Coruja Pernambucana.





Fotos: Iramarai Vilela

domingo, 14 de dezembro de 2008

Acróstico para o Mãe Coruja

Pensando num Pernambuco melhor
Realidade queremos mudar
Olhar de esperança chegou
Grande vitória trará
Rumo ao grande sonho
A mortalidade cairá
Mais vida mulheres e crianças terão
A semente resplandecerá

Morte de mães e crianças evitarás
A favor da vida tu és
Encanto que veio para ficar

Corajosamente implantado em Pernambuco
Onde mistura ação com emoção
Rumo ao sucesso e com a sorte
Unindo esforços, garra e coração
Juntos, em equipe, as mangas arregaçarão
A gritar em favor da vida e contra a morte

Perseverantes hás de ser
Expulsando tudo que te queira derrubar
Remando contra a corrente, sem temer
No desenvolvimento do Estado culminar
Amor é teu sinônimo
Mãe, palavra iluminada e bendita
Buscas a essência da “ALMA”
Uma grandeza infinita
Com certeza, por Deus foste inspirado
Avante, Amado programa
Nascerão sorrisos e alegria
Às mães e às crianças Pernambucanas.

Poesia de Laíze Viégas Brilhante da Nóbrega, do Monitoramento-SES

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Reunião (e emoção) do Mãe Coruja na VI Geres

Dayse: realização profissional e pessoal com o Mãe Coruja

A reunião do Comitê Regional e profissionais dos Cantos Mãe Coruja na VI Geres até que começou de forma tradicional, na manhã desta quinta-feira (4.12), em Arcoverde. Leitura da pauta, informações sobre oficinas de segurança alimentar, definição da participação dos profissionais na comemoração de um ano do Programa no Araripe (19.12), além de vários outros temas e encaminhamentos.

Bastou o intervalo para o lanche, que tudo mudou. Após a leitura de um cartão com uma mensagem, o agradecimento de Ana Elizabeth de Andrade Lima (Bebeth) a todos os envolvidos no desenvolvimento de Programa, uma pessoa pediu a palavra. Queria falar sobre a mudança que o Mãe Coruja operou em sua vida.

Era a assistente social do Canto de Pedra, Dayse Cavalcante. Ela compartilhou com o grupo a insegurança na hora da seleção, acreditava que não seria escolhida, as dificuldades iniciais, mas relatou principalmente sua mudança interior. A mudança na visão de mundo. Antes, como assistente social, estava acostumada a atender mulheres gestantes, mas aquilo nunca a tocava muito.

"Com o Mãe Coruja, aprendi a olhar cada mulher de uma forma diferente. Agora, sou capaz de fazer tudo o que for possível para encaminhas coisas, resolver problemas", disse.

Foi um depoimento emocionado, que tocou as várias psicólogas e assistentes sociais presentes. Dayse contou um caso recente, quando foi entregar o enxoval a uma mãe, em sua moto. Na descida de uma ladeira, a moto furou o pneu. Ela foi empurrando a moto, entregou o enxoval, e só depois de muito esforço, conseguiu retornar a Pedra. Deixou para buscar a moto no dia seguinte.

A mudança interior foi compartilhada com o grupo. Dayse, até pouco tempo, tinha uma lan house, dava aulas de informática e tinha uma gráfica. Se envolveu tanto com o Mãe Coruja, que resolveu assumir sua grande paixão, que é seu trabalho como assistente social no Canto.

"Esta semana estou vendendo todos os computadores. No lugar, agora, estão os enxovais do Mãe Coruja".

Depois de 15 anos, ela voltou a estudar. Está fazendo uma pós graduação na IBPEX.

Após a manhã cheia de debates, depoimentos, encaminhamentos, a equipe da SES foi ao PSF João Pacheco Freire, onde as mulheres gestantes estavam sendo cadastradas. Após uma breve explanação sobre o Programa para as mulheres, feita por Bebeth, a equipe da Secretaria escutou o depoimento emocionado de Nilza Moreira Lourenço, grávida de três meses, que teve sua filha de dois anos e três meses levada pelo ex-marido, há três meses.

Ela contou sua vida, seu drama, entregou dados e fotografia da filha e do ex-marido, que seria foragido da Justiça, para tentar reencontrar a menina.

"Até hoje não me conformo e nunca vou me conformar", disse.

A assistente social Lilian Gomes acolheu as mulheres. Uma delas, Aline Andréa Vieira, de 19 anos, mostrou seu cartão de acompanhamento. Ela já tinha feito cinco exames pré-natal. O sexto estava marcado para esta sexta-feira (5.12). Para Bebeth, cada visita às regiões onde o Mãe Coruja está funcionando, representa um encontro com novas formas de olhar as relações, o cuidado, mudanças de atitude na relação com práticas de saúde.

"Estamos com um time de pessoas que acreditam no sonho", lembrou.

Hoje, a equipe do Mãe Coruja segue fazendo visitas em outros municípios do Sertão do Moxotó.

Por Samarone Lima
Foto: Iramarai Vilela

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Nenhuma Pernambucana Sem Documento no Sertão do Araripe

Por Rejane Neiva
Assessora em Saúde da Gerência Executiva de Programas e Ações Temáticas
Secretaria Especial da Mulher

Considerando o processo de estruturação do programa Mãe Coruja na região do Araripe, a Secretaria da Mulher tomou a iniciativa de iniciar as ações de capacitação e emissão dos documentos nos onze municípios desta região e, para tanto firmou parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos que disponibilizou a equipe do projeto Balcão de Direitos para o serviço de emissão de documentos e com o Instituto Tavares Buril (ITB).

As ações da Campanha Nenhuma Pernambucana Sem Documento compreenderam: Seminários, com a proposta de sensibilizar agentes públicos e privados para a importância da documentação como uma condição à cidadania das mulheres e Cursos de Capacitação para Formação de Educadoras Sociais, ação fundamental para dar continuidade e capilaridade a Campanha, entendendo-se que é preciso promover uma cultura de participação das mulheres na vida política de suas comunidades, promovendo assim a interiorização das ações do Governo de Pernambuco.

O Seminário antecedeu a oficina de capacitação e ambos antecederam os serviços do Balcão de Direitos com prestação de 10.124 serviços para 3.355 pessoas, entre aquisição de 4.842 documentos (registro civil, identidade e carteira do trabalho), 5.075 fotografias e 207 orientações jurídicas.

Para o desenvolvimento da Campanha foi de fundamental importância o apoio e acolhida das gestoras e gestores municipais constituindo o cenário para o cumprimento da meta da Campanha Nenhuma Pernambucana sem Documento na Região do Araripe, fortalecendo o elo entre governo e municípios.

O curso de Formação de Educadoras Sociais identificou e fortaleceu o potencial de luta das mulheres do Araripe pelos seus direitos e conquistas enquanto cidadãs.

A Campanha Nenhuma Pernambucana através do empenho das educadoras sociais foi marcada por momentos especiais tais como a gestante que tendo acesso a sua documentação pôde realizar a retirada do Registro Civil de seus filhos e de uma senhora que aos 76 anos tornou-se cidadã documentada.

O nosso abraço a todas as mulheres da região do Araripe que na sua singularidade constroem o direto da coletividade.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Canto da Mãe Coruja: uma realidade no Sertão

O Canto da Mãe Coruja já é uma realidade no Sertão de Pernambuco.

Várias cidades já contam com o espaço de acolhimento, onde uma psicóloga e uma assistente social fazem o acompanhamento das mulheres grávidas.

Os mais novos são Exu e Santa Filomena, na região da IX Geres (Sertão do Araripe). Eles não foram inaugurados oficialmente, mas os profissionais que foram contratados ja estão trabalhando. Vejam as fotos, enviadas por Natércia Gomes de Sousa, uma valorosa batalhadora pelo Programa Mãe Coruja Pernambucana na IX Geres.





Mamãe corujísssima, segurando seu bêbê e o álbum, incluído no kit do Programa.


Primeiros registros: as primeiras visitas, e os primeiros presentes.


O registro familiar, que resgata cidadania e deixa as primeiras informações

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Para ser Mãe Coruja

Para ser "Mãe Coruja"

basta ser "mãe" e ser "coruja"...
simples.....
saber amar e esperar,
dar, acompanhar e estar sempre ao lado,
saber ouvir, perguntar, sentir...
empatizar.
Ir atrás, esperar.....
acreditar, sonhar e construir.

Ver em todas direções?
com e sem indicações.....
Ser poeta, pé no chão,
Sentir o pulsar de cada par de corações!

Para ser "Mãe Coruja"
é preciso crescer
CRER e SER
Crer no ser,
Crer para ser
"Mãe Coruja".

Maria Emilia Correia
Psicóloga do Programa "Mãe Coruja" de Venturosa.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Relembrando a caminhada


Fui apresentada a este belo programa no dia 22 de novembro de 2007 e confesso que fiquei encantada. Foi amor à primeira vista. Logo fui convidada para fazer parte do grupo de sonhadores que se encarregavam de divulgar o Programa Mãe Coruja no Sertão do Araripe.


No dia 26, embarquei em uma viagem para Ouricuri. Na bagagem levávamos muitos sonhos e bastante vontade de fazer acontecer. Esta viagem foi comandada por uma fada madrinha chamada Bebeth. Ela estava acompanhada de um grupo chamado ALMA (Amor, Literatura, Movimento e Arte). Tinha também o Frei Aluisio Fragoso, que levava junto a benção de Deus.


Eu estava um pouco tímida, pois não conhecia os passageiros desta viagem. Logo fui acolhida e fiquei encantada com o carinho e o cuidado de um com o outro. Pensei comigo: “este programa vai dar muito certo”, pois o sentimento de cuidar já estava plantado naquele grupo. Todos tinham um ideal em comum: “levar o cuidado e fazer cumprir os direitos das mulheres e crianças do nosso Pernambuco”.


Hoje temos um ano de Programa e foram muitos momentos emocionantes. Conheci pessoas maravilhosas e aprendi muito com elas. Neste grupo tem um sábio chamado Dr. Ciro de Andrade Lima, que é médico e se denomina Agente Comunitário de Saúde. Em um certo encontro ele falou uma frase que até hoje trago ela no meu pensamento e sempre que posso divulgo-a com as pessoas.


“Em nossos caminhos vamos encontrar muitas pedras, mas vamos recolhê-las e, no fim, construir um castelo com elas, e nunca vê-las como obstáculos".


Sei que já conseguimos mudar a realidade de algumas mães corujas de nosso Pernambuco.


Trago também um coração cheio de orgulho por fazer parte deste grupo. Sinto que mesmo depois de um ano ter passado a paixão por este Programa continua acesa no meu coração.


Ana Maria Lima faz parte da equipe de Monitoramento da Atenção Primária

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Profissionais dos Cantos Mãe Coruja da IX Geres são capacitados

Relatório da Capacitação dos Novos Profissionais dos
Cantos Mãe Coruja – IX GERES

Responsáveis:
Natércia Gomes de Sousa – Coordenadora Comitê Regional
Flávia Augusta Queiroz – Psicóloga do Canto Mãe Coruja de Santa Cruz
Data: 22 e 23/10/08

Discussões e encaminhamentos
A capacitação foi formatada em dois momentos. No primeiro, tivemos a participação dos novos profissionais para complementação dos Cantos Mãe Coruja de Exu, Ipubi, Parnamirim e Santa Filomena. Já no segundo, proporcionamos a integração dos profissionais que hora chegam com os já atuantes, além dos representantes municipais do Comitê.
Segue então relato das etapas desenvolvidas:

Quarta (22/10/08):
Apresentação Pessoal
No primeiro dia da capacitação ocorreu o acolhimento das novas integrantes do Programa Mãe Coruja. Leonia Carvalho, Fabianne Luna, Cláudia Elayne e Isabel Saraiva compareceram trazendo inicialmente a percepção pessoal de terem sido escolhidas para o Programa, sendo notado em todos os depoimentos o interesse pelo Mãe Coruja, a experiência profissional e a sensibilidade para o trabalho com as gestantes.
Levantamento de expectativas
Foram levantadas expectativas com as profissionais, sendo perguntado sobre “O que é o Mãe Coruja e Como estou me sentindo?”
Neste momento surgiram depoimentos interessantes:

“O Mãe Coruja funciona como uma integralidade articulada em que é possível visualizar em suas ações o ser humano de forma integral”;
“O Programa contribui para a melhora da qualidade de vida da gestante e sua família”.

Apresentação do filme Vida Maria

Foi observado do filme a repetição do ciclo de vida com situações de vulnerabilidade, falta de instrução escolar, trabalho infantil, qualidade de vida, bem como a inexistência de planejamento familiar e orientação dos profissionais da saúde local e de outras áreas, além de retratar a realidade da nossa região. Quando relacionado ao programa, percebe-se a necessidade da intervenção pública para romper esse ciclo, promovendo uma melhor qualidade de vida para a gestante e sua família.

Técnica do Arquipélago

Através desta técnica, trabalha-se a necessidade de passar por três ilhotas - grande, média e pequena. O grupo vivenciou a importância da parceria e integração para o sucesso do Programa, do trabalho em equipe, bem como a percepção dos limites de atuação. Fatores estes, primordiais para a superação de dificuldades que se apresentem.

Apresentação do Programa Mãe Coruja e Avanços do Programa na Região

Na apresentação surgiram questionamentos como: o atendimento de crianças que não participam do Mãe Coruja, mas que se encontram em situação de risco, estando a equipe a compreender que deverá ser feito nesses casos, orientação a família para evitar a mortalidade infantil.
Foi exposto também como reflexão para todos os profissionais, que em muitos casos, quando o profissional reclama que está fazendo pouco pela gestante, pela ótica desta o pouco feito é muito, na condição desta nunca ter tido atenção e assistência profissional.

Técnica de Mudança de Peças

Através desta técnica, em que foi pedido a identificação de peças e acessórios usados no momento pelo colega, foi explorada a necessidade de observar e não apenas olhar as diversas situações vivenciadas no programa de forma a estimular o foco nas ações desenvolvidas.
Formulários e Planilhas de Monitoramento
Apresentação e explicação dos formulários e planilhas de monitoramentos utilizados no programa, frisando o fluxo de entrega desses informes.
Em círculo e de mãos dadas, uma doando e outra recebendo, concluímos o dia lançando a pergunta de como cada um se vê no Mãe Coruja. O grupo colocou a importância do compromisso, percebendo-se como um ser integrante em busca de vidas melhores para as gestantes da região.

Quinta (23/10/08):

Apresentação/Integração
Feita apresentação dos profissionais atuantes e novatos, além dos membros do Comitê iniciando a integração necessária entre a equipe.

Papéis dos Atores Envolvidos.

Apresentação do fluxograma do Programa, mostrando os papéis desempenhados pela Coordenação Estadual, Comitês e Equipe Técnica dos Cantos Mãe Coruja. Cláudia Alves e Marcelo Marques, representantes de Moreilândia e Santa Cruz no Comitê Regional, respectivamente, destacaram importância da articulação com o município, informando que “o membro do comitê abre caminhos dentro do município para a equipe do Programa Mãe Coruja atuar”.

Exposição Cantos Mãe Coruja

Foi solicitado que cada Canto Mãe Coruja apresentasse o desenvolvimento do Programa em seu município, possibilitando uma visão geral das atividades já executadas. Profissionais pontuaram a mobilização com os atores sociais, a relação com as Secretarias Municipais e Estaduais (saúde, educação, assistência social, agricultura/IPA, mulher) e como se encontra o cadastramento das gestantes e seu acompanhamento.

Moreilândia

Relatou que no início foi difícil, contudo atualmente existe boa parceria entre o programa, as secretarias do município, a sociedade civil e o Gestor. A dificuldade existente é a relação com a secretaria de Ação Social.

A Secretaria de Saúde facilita na realização de consultas, exames e ultra-som. O Conselho Tutelar realiza junto ao Canto visitas as gestantes adolescentes. E o IPA, também parceiro, promove reuniões com as gestantes e a Secretaria de Educação o Círculo de Cultura.
Cadastradas 90 gestantes e atualmente acompanhados 8 bebês corujas.
“O trabalho é árduo, mas esse mesmo trabalho é o que nos dar força para superar obstáculos”.

Bodocó

Foi relatada a realização de reuniões com a secretaria de saúde, educação e assistência social, estando esta sempre disponível inclusive, com o oferecimento de espaço inicialmente para o Canto Mãe Coruja. Outra parceria com o CRAS foi ter disponibilizado um oficineiro para ensinar bordado em peças do enxoval às gestantes do círculo de cultura. Esta parceria com as três secretarias citadas acima foi reforçada no momento da entrega dos enxovais, com a participação dos respectivos Secretários. Contam ainda com o IPA como parceiro.

Atualmente possuem mais de 180 gestantes cadastradas e entregaram 9 enxovais. Quanto ao acompanhamento dos bebês corujas, percebe-se a necessidade de mais dedicação.

“O processo do cadastro não é tão simples, precisamos buscar parcerias, e começamos a sentir dificuldades a partir do momento em que o comitê se afasta da equipe”.
“Sentimos falta de retorno do Hospital Regional, em que as gestantes são transferidas e não são comunicadas ao município”.

Exu

Houve mobilização com todos os atores sociais. Membro do Comitê relatou que mesmo sem profissional no Canto Mãe Coruja, conseguiram realizar a capacitação Nenhuma Pernambucana sem Documento e manter o funcionamento do Círculo de Cultura e o Curso de Qualificação Profissional.

“Valorizo a necessidade de dar início do cadastro pelas gestantes do Círculo e do Curso de Qualificação, elas estão muito ansiosas.”

Falou ainda da solidariedade das gestantes, em que uma delas, adolescente de 13 anos, teve seu bebê e as demais foram visitá-la, mostrando a formação e fortalecimento de vínculos afetivos entre elas.

Quanto à continuação do cadastro, verbaliza “a necessidade de romper com o ciclo vicioso da mãe só ir ao PSF com o filho quando este está doente, elas precisam ver o PSF como prevenção e não como espaço ambulatorial”.

Ouricuri

Foi mobilizada a Saúde e a Ação Social. Com a primeira observa-se a necessidade de reforçar o objetivo principal do Mãe Coruja, tendo em vista que as enfermeiras estão resumindo as atividades do Programa a entrega de enxoval e, com a segunda secretaria mencionada, observa-se uma grande parceria. Foi realizada também parceria com a secretaria de educação.
No início dos cadastros somente uma técnica pôde estar presente, mas atualmente foi normalizado, contando com 320 gestantes e 23 bebês corujas, contudo está sendo difícil fazer o acompanhamento destes por falta de parceria com a saúde, não tendo disponibilizado carro para atingir os 18 PSF´s do município.

Quanto aos dados de óbitos, estão sempre solicitando, contudo não estão tendo retorno, conforme informa a Psicóloga do Canto.

Ipubi

Muitos atores se colocaram disponíveis no início do Programa, mas quando procurados, não firmavam parcerias. A parceria com a equipe de saúde, por exemplo, teve mais êxito quando procurada individualmente. “Reconheço falha minha na primeira mobilização, mas na segunda vou fazer diferente”, relatou a Psicóloga do Canto.

O círculo de cultura ainda não está funcionando, mas já foram identificadas através do cadastro 20 gestantes com perfil. E o curso de Qualificação Profissional conta com 25 gestantes participando do II Módulo.

Estão cadastradas atualmente 137 gestantes, tendo 2 distritos distantes que não foi possível fazer a visita. Foram entregues às gestantes 15 enxovais, sendo uma mãe de gêmeos.

Granito

Realização de mobilização com todos os atores, dificuldade somente encontrada com os extensionistas do IPA que não participam das reuniões do comitê municipal. Quanto ao PSF estão realizando cadastros in loco no dia do Pré-Natal.

Percebem a necessidade de melhorar o acompanhamento dos bebês, tendo em vista que o ACS às vezes não comunica o nascimento destes.

Santa Cruz

O Mãe Coruja foi aceito por todos os atores envolvidos, com destaque para as próprias gestantes que comparecem em peso para participarem de diversas atividades.

Estão atuando com Círculo de Cultura e Curso de Qualificação Profissional, sendo preciso em alguns momentos realizar reuniões com as gestantes quando se percebia a evasão.

A parceria com os PSF´s e Epidemiologia está permitindo a atualização dos óbitos existentes no município, acompanhamento dos bebês corujas e acompanhamento de partos, em que as próprias gestantes se habituaram em avisar quando estão próximas a ganharem bebês.

O cadastro atualmente conta com 105 gestantes e perceberam a necessidade de buscar novas gestantes, tendo em vista que este número de cadastros só vai aumentando e não diminuindo, na medida em que surgem novas mulheres grávidas.

Após apresentação houve debate e reflexões sobre as ações desenvolvidas em cada Canto Mãe Coruja, dando subsídios para os novos profissionais terem conhecimento amplo e geral das ações, além de contribuir para a integração deste com o Programa/equipe.

Diagnóstico

Pontuado a importância do acompanhamento do diagnóstico feito pelos profissionais no início dos trabalhos, frisando ao município de Santa Filomena que será necessário a elaboração deste, para instrumentalizar seu trabalho.

Finalização

Celebrando a capacitação, os profissionais avaliaram em círculo como sendo importante o momento vivenciado para a integração grupal, bem como aprofundar os conhecimentos em torno do Programa, considerando ainda, válido desenvolvermos outros momentos para troca de experiências. Pontuaram ainda, que na região do Araripe, o Programa evolui em conjunto, com trabalho e dedicação de todos.

ANEXOS

Foram entregues pastas contendo materiais considerados importantes para o conhecimento dos profissionais, como: folder explicativo e apostila sobre o Programa, Política de Fortalecimento da Atenção Básica, Protocolo Operacional, cópias dos decretos nº 30.859 e nº31.247, referente a criação do Programa e cadastramento das gestantes, respectivamente, também a portaria nº 1.119 que regulamenta a vigilância de óbitos maternos, além de formulários utilizados na execução das ações.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

O tempo de uma gestação

Por Danièlle de Belli Claudino, do Comitê de Assessoramento do Mãe Coruja Pernambucana


Na foto de Iramarai Vilela, a alegria da assistente social
do Canto da Mãe Coruja de Venturosa, Djane Patrícia de
Oliveira, ao acompanhar uma mamãe e seu filho.




Para todos e todas que fazem e que estão por consolidar esse programa,
Para todas às mulheres pernambucanas,
Para todos os pequenos e pequenas que estão por vir.

As minhas simples e sinceras palavras.



Para começar a falar do Programa Mãe Coruja Pernambucana seria preciso realizar uma viagem dentro da gente que olhasse para trás com um sentimento de esperança e que enxergasse no seu futuro a realização de um sonho coletivo, uma construção democrática, que por ironia da vida, durou uma gestação. Foram nove meses de reuniões, de retiradas de pontos e vírgulas; de dezenas de interrogações; mas, muitas e muitas exclamações.

Estávamos alguns poucos, no início de tudo, ali, diante de algumas fotos e dos relatos das primeiras viagens de Bebeth ao sertão de Pernambuco, conhecendo e reconhecendo um território esquecido por muitos, aqueles que não se indignaram com a fome e com os cemitérios clandestinos dos pequenos e pequenas dessa terra guerreira.

Os indicadores sociais nos apontavam para um caminho de beleza natural de fazer marejar os olhos de quem sempre morou perto do mar. Bem na nossa frente estava a Serra do Araripe, o luar do sertão e o verde esmeralda das águas do velho Chico. Bem na nossa frente também lares de taipa, roupas simples penduradas no varal, uma cisterna e crianças com enxadas na mão. Realidade vivida de quem fazia muito tempo não viajava pelas estradas do nosso estado e que se confrontava com uma realidade ainda mais excludente do que a imaginada. Eram as Vidas Severinas do passado, Vidas Marias do presente.

A decisão estava tomada, era preciso “cuidar da vida do começo” lembro de Renata Campos; cuidar daquelas que geram a vida e de todos aqueles que estão por vir. Isso não poderia fazer parte de um só, isso era parte de um conjunto de atores sociais que cientes do compromisso e da importância da construção de uma política pública que pudesse, em seus objetivos, propor atenção integral às mulheres gestantes, às mamães, às Marias e Anas. Aos Pedros, Carolinas. A todos que mamam e a todas que merecem mamar. A todas que merecem receber seus filhos através de um parto humanizado. Uma política pública focada na reversão da exclusão dos direitos que por anos foram negados. Direitos aos que devem crescer com saúde e oportunidade e aquí tomo a liberdade de citar também Dom Mauro Morelli onde ele nos diz que “ a criança não pode morrer criança”.

No percorrer desse caminho, chegaram outros, segmentos sociais e as secretarias de Saúde, Educação, Agricultura, Assistência Social, Planejamento, Mulher e juventude. Discutindo conceitos, premissas; propondo mudanças, cobrando ações, viajando pelo sertão, realizando reuniões. Visitando os Cantos, realizando capacitação, escutando a voz de quem por anos não era ouvido pelo poder público, pelo governo; os sonhos, os desejos e luta na nossa gente.

Mãe, Mãe Coruja Pernambucana, que lindo nome tem esse programa social que une direito e afeto, que lembra da primeira foto, do álbum do bebê, que se preocupa com a família e com a comunidade onde vive a criança. Mãe Coruja, programa que fomenta o fortalecimento dos laços, que assegura capacitação profissional, que se insere em uma proposta de alfabetização contextualizada com a realidade cultural de gente de rostos marcados. Que fomenta o Leite de Todos para quem também tem leite e combate a desnutrição. Que orienta as famílias para uma alimentação mais simples e nutritiva. Para o aproveitamento da macaxeira, do inhame, mel e banana, que se lembra das coisas que nascem no pequeno quintal. Que fomenta a dignidade de quem não tinha na mão e até não sabia da importância da documentação. Assinar o nome e compreender o que é ser cidadã e o que é ser cidadão. Receber uma lembrança que nada mais é do que uma atitude de cuidado, de zelo, de assistir um sorriso largo de uma mulher. Saber que o seu bebê será agasalhado se ela realizar todos os cuidados para uma gestação saudável.

Giramos em vários graus, olhamos o todo e vamos avançando para um caminho de possibilidades e concretizações de direitos. Um ano de movimentos e de muitos desafios também. Combater a mortalidade infantil e materna em Pernambuco é uma tarefa de todos nós, governos, família a sociedade. Vamos partilhando saberes e compreendendo cada vez mais o sentido da vida e o pulsar de um pequeno coração. Vamos sem perceber, lembrando de gente que ao longo da sua história lutou e deixou lições de sabedoria e sentimento pelo povo pernambucano; lembrando de um homem que deixou marcas e não cansou de caminhar do litoral ao sertão.

Parabéns Mãe Coruja Pernambucana.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Um grande desafio

Encontro com profissionais de saúde em Arcoverde
Um dos cemitérios clandestinos na região do Araripe

Por Iramarai Vilela, do Grupo Alma (Amor, Literatura, Movimento e Arte)

Estamos mergulhados numa velocidade e ânsia para conseguir bens de consumo no sentido de melhor satisfazermos as nossas necessidades aqui na terra. É real e justa esta imersão. É real e justo que todos indiscriminadamente se sintam satisfeitos na conquista destes mesmos bens de consumo. É real e justo que cada vez mais nos apropriemos de conhecimentos tecnológicos, no sentido de agilizar a produção destes mesmos bens, pois a cada dia estamos consumindo mais e mais. É real e justo que governantes e organizações garantam estas conquistas. Chamamos a tudo isso de desenvolvimento econômico...

No dia 4 de outubro, o Programa Mãe Coruja Pernambucana foi lançado no Sertão do Araripe, uma região do nosso estado marcada por dificuldades. Uma realidade onde muitas mulheres e crianças ainda morrem. O sentimento muitas vezes é banal, mas as pessoas estão consumindo mais e mais, contraditoriamente, e tendo acesso as benesses da tecnologia.Talvez ainda seja pouco o tempo .


Estou lendo um livro de Leonardo Boff que se chama “Saber cuidar”, onde o autor aborda de maneira brilhante este sentimento que é inerente ao ser humano, o cuidado. Confesso que estou a cada dia, mais e mais, alimentando este sentimento com os meus familiares, amigos, com a Mãe Terra e vislumbrando todos resgatando esta dádiva.

Caminhada - Fizemos em um ano uma linda caminhada nesta região: espalhando esperança, estimulando, alimentando sonhos, enfatizando a palavra “cuidado”. Encontramo-nos com médicos, enfermeiros, dentistas, auxiliares nestas áreas, agentes de saúde, organizações as mais diversas. Percebi que todos buscam pelo desejo de participar destes encontros, uns mais, outros menos, e alimentar esta virtude que é o cuidado.

Quando digo uns mais outros menos, recorro a “ânsia do consumir”. Esta busca desenfreada pelos bens de consumo provoca competições, aguça vaidades, estimula a ganância, destrói convivências, exaure os recursos da Mãe Terra, de onde viemos e pra onde voltaremos. Não estou aqui falando de bens de consumo básicos necessários ao bem viver.

Cuidado, segundo Boff, significa desvelo, solicitude, diligência, zelo, atenção, bom trato.

Trabalhamos durante este período, no Mãe Coruja, nesta linha do cuidado. É inerente a cada um de nós o cuidado, porém existem inimigos que nos afastam a cada dia, nos remetendo a um des-cuido.Temos que enxergar de maneira clara o verdadeiro inimigo para não estarmos construindo algo sem consistência duradoura: sem alma, sem amor, sem sentimento. Que inimigo então nos rodeia?

No livro de Ivis Pedrazzini “Violência das cidades”, ele coloca que a economia globalizada neoliberal é o grande inimigo. Destrói as convivências,coloca cada vez mais os pobres em guetos sem os serviços mínimos necessários à sobrevivência em favor das grandes construtoras e de um plano diretor urbano para os que podem, alimenta a indústria do medo, estimulando a violência urbana em favor do consumo de produtos e serviços de segurança particular, alimenta a saúde privada em detrimento a um sistema de saúde pública e por aí vai...

Faço questão de detalhar o que parece sem importância em um processo que exige estar claro pra onde queremos ir. Mudanças de comportamento, quebrar paradigmas esses tem sido o objetivo de nossa caminhada no Programa Mãe Coruja Pernambucana durante um ano.

O Mãe Coruja, como expressou Luiz Matias, ACS de Sertãnia, é "essa coisa tão linda".

É mesmo lindo. Desde o momento de sua concepção, as pessoas estavam iluminadas. O café da manhã no Palácio a convite do governador e primeira dama, com prefeitos e suas primeiras- damas, no sentido de sensibilizá-los e envolvê-los no Programa. O dia do lançamento era uma grande festa da vida. Os momentos de encontros em todos os municípios. A preocupação com o processo de seleção dos profissionais que estão nos Cantos Mãe Coruja. O planejar as suas capacitações, cadastrar as lindas gestantes, segurar a mão com cuidado, conduzindo-as para o que é seu direito: saúde, educação, trabalho, dignidade, assim como seus rebentos.

Estamos no momento de estruturação do Programa, onde gestantes estão cadastradas, uma rede de serviços e cuidados está sendo colocada à disposição destas mulheres e suas famílias. Elas vão deixando para trás as suas "Vidas Marias" para se tornarem "Marias livres", construindo caminhos novos. E com elas e com o Mãe Coruja Pernambucana vou caminhando livre e aprendendo cada vez mais a cuidar.

Dedico a todos e a todos que estão construindo esta linda Jornada

Iramaraí é marceneiro, agora pedreiro, escultor e sonhador.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Colocando flores no caminho: Um ano de Mãe Coruja Pernambucana.

Família de Janimeire Venturosa Bacurau, no Sertão do Araripe: uma das primeiras a ser acolhidas pelo Mãe Coruja.
Por Samarone Lima, do grupo ALMA (Amor, Literatura, Movimento e Arte)

Há pouco mais de um ano (04 de outubro, dia de São Francisco), estávamos celebrando, com uma grande festa, em Ouricuri, o lançamento do Programa Mãe Coruja Pernambucana. Lembro que parte do nosso grupo da Secretaria Estadual de Saúde (SES) viajou antes para o Sertão, para organizar tudo. Iramarai, Naná e Boy fizeram de tudo para que tudo corresse bem. Os 11 municípios da região da IX Geres foram mobilizados, foram montadas barracas, e na praça principal da cidade, vários profissionais da Secretaria Estadual fizeram um ninho, simbolizando o nascimento do Programa.

Foi uma bela festa. Gildázio Moura, da Saúde do Trabalhador, se tornou o locutor improvisado. Bandas municipais, grupos de xaxado, de idosos, dançarinos de várias idades, se apresentaram, durante todo o dia. À tarde, a festa aumentou, com a chegada do governador Eduardo Campos e sua comitiva.

Nascia um Programa cheio de desafios, e logo em seguida começaríamos processos coletivo dos mais emocionantes – os encontros com os Agentes Comunitários de Saúde (ACS). O objetivo era sensibilizá-los para o Programa. Começava a nascer, nesses eventos cheios de calor humano, o “corujismo” - sentimento de fazer parte de um programa que iria unir esforços para melhorar as condições de vida das gestantes pernambucanas e seus filhos.

Foram muitas viagens, atravessando o estado, geralmente sob o comando do motorisfa Francisco Correia, ou de Belám. Lembro do primeiro encontro, em Ouricuri. Tânya,do Chapéu de Palha, e Ana Maria, do Monitoramento, se encarregavam da “Árvore da Vida”, a atividade de integração. Iramarai Vilela, que depois se transformou no fotógrafo oficial do Programa, convidou Frei Aluízio Fragoso para fazer a sensibilização inicial. Foi surpreendente e belo ver dezenas, às vezes mais de uma centena de profissionais de saúde cantando “não quero lhe falar meu grande amor/Das coisas que aprendi nos livros”, uma bela canção de Belchior, puxada por um frade franciscano.

Uma das atrações de cada encontro, era a exibição do filme “Vida Maria”, do cearense Márcio Ramos, que mostrava a realidade de muitas famílias do Sertão, as “marias”, que deixam de estudar para trabalhar, e seguiam vidas marcadas. Os debates que se seguiam eram fortes, com pessoas relatando a vivência como ACS, falando de suas vidas, e o que pretendiam fazer para mudar certas realidades.

“Não sou mais uma Maria, porque já fui. Se eu fosse, estaria igual àquela Maria. Teve uma cena que me chamou a atenção aquele milho que ela jogou no pilão. Era milho, e eu já fiz muito, para dar comida ao meu irmão. Essas marias não têm alternativas. Quando a mãe puxou a filha para trabalhar, só tinha aquela fonte de água. Não tinha um pé de planta, um boi, um bode, uma galinha, era uma alternativa. Não sou mais uma Maria, sou eu”, contou a Maria do Socorro, ACS de Ipubi, num encontro em fevereiro.

Ainda sobre o filme, o depoimento de Ailton Peixoto, do PSF Cohab, em Trindade, chamava a ateneção:

“Gostaria de pedir perdão a todas as mulheres aqui. Sabem por quê? Por que os maiores vilões da história somos nós, os homens. O único momento no filme em que apareceu um homem, foi para se aproveitar. Graças a Deus, sou dessa família, dos Agentes Comunitários de Saúde. Um dia, os homens não precisarão pedir perdão, mas agradecer por tudo o que fizeram por nós”.

Ana Elizabeth, a Bebeth, falava sobre o Programa, como iria funcionar, os Cantos da Mãe Coruja. Rizete Costa, Ana Paula (IPA), Mariana Suassuna, integrantes das diversas secretarias, mostravam a articulação, os desafios. Carmem Patrícia explicava o funcionamento do programa “Leite para Todos”. Depois, chegaram as camisas do Mãe Coruja, que se tornou nosso uniforme de trabalho. Todos vestiram de verdade a camisa.

Pouco depois, Frei Aluízio compôs uma “Ciranda do Mãe Coruja”, que logo se tornou a canção de abertura e encerramento dos trabalhos. Quantas cirandas dançamos, todos juntos, alimentando a paixão pelo Programa!

Araripina, Exu, Moreiândia, Santa Cruz. Fomos conhecendo os ACS, trabalhadores dedicados, apaixonados pelo trabalho. Pelos meus cálculos, viajamos juntos para o Sertão do Araripe no mínimo umas dez vezes, o que representa mais de 15 mil quilômetros de estrada.

Iramarai, de tão apaixonado pelo Programa, ganhou o apelido de “Coruja”. É comum escutarmos na Secretaria perguntas assim:

“Cadê o Coruja?”.

Outro dia, recebi as fotos dos diversos Cantos da Mãe Coruja. A cada relatório enviado por Natércia, falando sobre a evolução das coisas, as dificuldades, sinto que o Programa vai se fortalecendo.

Nos muitos depoimentos que coletamos, foi possível perceber a expectativa dos envolvidos – que o Programa “saísse do papel”.

Não tenho a menor dúvida que o Mãe Coruja há muito tempo saiu do papel. Vários Cantos da Mãe Coruja já funcionam, os cadastramentos seguem, o cuidado com as gestantes faz parte do cotidiano.


Lembro que em um desses muitos encontros, Bebeth disse o seguinte:

“O caminho é cheio de pedras, mas vamos tirar pedras e colocar flores”.

Sinto que todos os corujas, em diversos níveis, cargos e desafios, estão fazendo isso. Estão colocando mais flores no caminho. Votos de vida longa ao Mãe Coruja Pernambucana.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Mãe Coruja avança no Sertão do Araripe

Grupo de gestantes de Santa Cruz

Mãe recebe seu enxoval

Gestante em Araripina

Mais de 600 gestantes já foram cadastradas, 140 enxovais distribuídos, cursos de capacitação alimentar, qualificação profissional e manipulação de alimentos, são algumas das muitas atividades que estão fazendo o Programa Mãe Coruja Pernambucana avançar nos municípios da IX Geres (Sertão do Araripe)

Segundo Natércia Gomes, coordenadora do Comitê Regional, a entrega dos enxovais nos municípios aconteceu entre os dias 15 e 24, de forma tranqüila. A prioridade foi dada para as mulheres que tiveram filhos recentemente, e as que estão perto de parir. O critério principal é o mesmo para todas: as gestantes têm que realizar as seis consultas de Pré-Natal. “Na maioria dos municípios, as gestantes já têm o entendimento do Programa e da importância dele para a melhoria de suas vidas”, diz (veja fotos)

Em Granito, há uma percepção por parte dos profissionais do Canto da Mãe Coruja, que as gestantes estão mais sensibilizadas para os exames pré-natal. “Houve uma procura maior pelo teste do pezinho, que anteriormente não acontecia no prazo determinado”, frisou Natércia. No município, a parceria entre o Mãe Coruja e a Secretaria Municipal de Saúde continua muito boa, apesar da mudança do gestor. A representante do Canto da Mãe Coruja no município, Cinthia Aguiar, destacou, também, “a competência e dedicação da equipe que vem desenvolvendo um bom trabalho de acompanhamento das gestantes”.

Outro município que tem revelado mudanças é Moreilândia, onde tem crescido o número de gestantes com mais de seis consultas pré-natal. Além disso, o curso de artesanato será inciado dia dois de outubro. Em todos os municípios da região, os cursos de “Qualificação Profissional e Manipulação de Alimentos”, promovidos pela Agência do Trabalho (Secretaria de Juventude e Emprego), têm mobilizado dezenas de mulheres.

Entre os dias 22 e 26, foram realizadas, nos municípios da região, oficinas de Segurança Alimentar, com a participação de Mariana Suassuna (secretaria de Desenvolvimento Social-Superintendência de Segurança Alimentar) e Ana Paula Silva (IPA).

Parnamirim - A coordenação ressaltou a importância do acompanhamento às gestantes e do pós-parto. O Canto da Mãe Coruja tem sido mais procurado, gerando um maior crédito ao Programa. “Houve bons comentários sobre o kit, as gestantes ficaram bastante satisfeitas”. O módulo de Cidadania, que abriu o curso de Artesanato, ainda não terminou. O próximo módulo será a parte prática, de artesanato. Vinte e cinco mulheres têm participado deste curso.

Natércia informou que o Canto da Mãe Coruja em Santa Cruz se tornou mais visitado, após a entrega dos enxovais. Houve também um aumento do número de cadastros. “Foi realizada uma articulação com o secretário de Saúde para sanar algumas deficiências em relação ao SISPRENATAL”, frisou.

Em um dos muitos encontros com as gestantes, Natércia escutou uma frase que reflete o espírito do Programa: “O mais importante é o meu acompanhamento e não o enxoval”.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Nota aos leitores

Caros leitores,

O Blog do Mãe Coruja Pernambucana tenta dar conta das ações, inovações e de todo o processo de implantação e desenvolvimento deste grande desafio para a saúde das mulheres pernambucanas, e suas crianças.

As perguntas que surgem são naturais, bem com a ansiedade das regionais onde o Programa não chegou.

O Comitê Executivo informa que o início do Mãe Coruja na 8ª Geres (Petrolina) está previsto para o primeiro semestre de 2009.

Equipe do Mãe Coruja Pernambucana.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Brigada Estudantil encerra trabalho voluntário na IX GERES

Foto da equipe, com profissionais da IX Geres

Os 15 estudantes brasileiros da Escola Latino-Americana de Medicina (ELAM), sediada em Havana (Cuba), encerraram na sexta-feira passada um trabalho voluntário na região da IX Geres (Ouricuri). Hoje à tarde, eles têm um encontro com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), para uma avaliação final das ações.


Eles concluíram um relatório sobre a ação. Alguns pontos chama a atenção:


"Tivemos a impressão, no primeiro momento, que a integração estava verdadeiramente manifesta, chamou a atenção o entusiasmo com que os atores de outras secretarias se referiam ao Programa e a preocupação deles em alcançar os objetivos".


"O Programa Mãe Coruja Pernambucana é de uma grandeza espetacular, além de seu objetivo principal de retuzir a taxa de mortalidade materno-infantil, ele abrange outras ações que são beneficentes às mulheres, como por exemplo, os "Ciclos de Cultura", cursos de reciclagem, e Nenhuma Pernambucana sem Documento".


quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Estudantes de Medicina da ELAM (Cuba) fazem trabalho voluntário em Ouricuri

Encontro marcou o começo das atividades


A Brigada Estudantil de Saúde, dos estudantes brasileiros da Escola Latino-Americana de Medicina (ELAM), começou ontem um trabalho voluntário dentro do Programa Mãe Coruja Pernambucana. Hoje, 13 estudantes estão em Ouricuri, acompanhando encontros, observando o funcionamento e fazendo relatórios das atividades que vão desenvolver. Na segunda-feira, eles vão ter um novo encontro, para trocar impressões, dar sugestões e ver possibilidades de futuras inserções no Programa.


Na segunda-feira, os brigadistas tiveram uma reunião no auditório da Apevisa com a gerente geral de Políticas de Saúde, Ana Elizabeth Lima, com a gerente da Atenção Primária, Lusanira Santa Cruz, representantes de outras gerências e secretarias. Eles conheceram detalhadamente o Programa, tiraram dúvidas, receberam material de apoio, e ficaram empolgados com a possibilidade de conhecer de perto as ações e desenvolvimento do Mãe Coruja. Lusanira também explicou o novo modelo de funcionamento da Atenção Básica e do Monitoramento.


A Brigada Estudantil é uma iniciativa dos estudantes pernambucanos que estudam Medicina em Cuba, e foi realizada ano passado, no município de Carnaíba. Este ano, após uma troca de informações sobre o Programa, eles resolveram colocar no foco da atuação um "mergulho" no Mãe Coruja.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

SES disponibiliza ônibus para a III Mostra Nacional de Produção em Saúde da Família

Dois ônibus foram alugados pela Secretaria Estadual de Saúde, para levar agentes comunitários de saúde à II Mostra Nacional de Produção em Saúde da Família, que será realizada em Brasília, de 5 a 8 de agosto.

O embarque dos ACS será realizado domingo (3 de agosto), na Praça Oswaldo Cruz, defronte à Secretaria Estadual de Saúde, às 12h.

Participarão da Mostra 94 agentes de saúde, além de gestores e dezenas de profissionais da Saúde. O evento, promovido pelo Ministério da Saúde, será realizado no Centro de Convenções Ulisses Guimarães.

Além da Mostra, será realizado o IV Seminário Internacional de Atenção Primária/Saúde da Família, e o III Concurso Nacional de Experiências em Saúde da Família.

Maiores informações sobre o evento: www.saude.gov.br/dab

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Ministro da Saúde conhece o Mãe Coruja Pernambucana


Ministro lê o material que faz parte do kit da Mãe Coruja, distribuído gratuitamente.

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, conheceu detalhadamente Programa Mãe Coruja Pernambucana, em um encontro no Palácio do Campo das Princesas, dia 11 de julho. Temporão recebeu todo o material do Programa, acompanhou as explicações sobre a origem e funcionamento, tirou dúvidas, e se emocionou ao assistir o vídeo "Vida Maria", que é utilizado na sensibilização dos Agentes Comunitários de Saúde. O vídeo de lançamento em Ouricuri, com depoimentos de vários profissionais de Saúde, especialmente Agentes Comunitários de Saúde, também foi exibido para o ministro.

Participaram do evento o governador Eduardo Campos, a primeira-dama, Renata Campos, o secretário estadual de Saúde, João Lyra Neto, e o comitê assessor.

No dia 12, Ana Elizabeth de Andrade Lima, a Bebeth, levou o Programa ao I Encontro Regional CNBB - Nordeste I, em Garanhuns. Ao falar sobre "Políticas Públicas em Defesa da Vida", Bebeth detalhou o funcionamento e andamento do Mãe Coruja e tirou dúvidas.

Semana passada, a equipe do Programa terminou a sensibilização de todos os Agentes Comunitários de Saúde da VI Geres (Arcoverde). No total, foram realizados encontros com mais de 750 ACS, nas mais diversas cidades.

A Secretaria Estadual de Saúde se prepara agora para levar um farto material de divulgação do Programa, para apresentar na II Mostra Nacional de Saúde da Família, que será realizada em Brasília, de 5 a 8 de agosto. A delegação de Pernambuco terá mais de 200 participantes.

sábado, 5 de julho de 2008

Mais de 200 ACS da VI Geres participaram de sensibilização sobre o Mãe Coruja

Encontro em Sertânia foi marcado pela emoção
Trio de forró animou o encontro
Ana Paula: depoimento emocionante sobre sonhos

A equipe multidisciplinar do Programa Mãe Coruja Pernambucana realizou encontros de sensibilização com os Agentes Comunitários de Saúde de Sertânia e Custódia (dia 1), e de Arcoverde (dia 2). Nos dois encontros, mais de 220 profissionais participaram ativamente das atividades, discutiram o Programa, e receberam material informativo.


Em Sertânia, o encontro foi marcado pelo clima de emoção, com uma grande participação dos profissionais. Um dos destaques foi a participação improvisada do diretor-adjunto da escola Olavo Bilac, conhecido popularmente como “Hippie”, que fez um show de forró com sua sanfona. Coube a um funcionário da escola assumir a zabumba, e o triângulo ficou sob o comando de um ACS. Ao final, Hippie cantou uma música de Flávio José, onde o filho diz que quer voltar para a barriga da mãe, numa homenagem ao Mãe Coruja.

O encontro também mexeu com as emoções da equipe do Programa. Ana Paula, do IPA, ficou emocionada ao escutar o depoimento de um ACS, e pediu a palavra. Disse que o Mãe Coruja estava sendo uma grande oportunidade pessoal de realizar sonhos. “Os sonhos isolados e minhas limitações não conseguiam dar encaminhamento. Eu sozinha não podia fazer nada, mas é de sonhos que a gente vai vivendo. Posso dizer que agora estou realizando o meu sonho”.

Ana Paula disse que o Programa lhe dá um sentimento de estar em um projeto coletivo. “Não me sinto mais sozinha. Descobri que outras pessoas sonham comigo”.

No encontro de Arcoverde, participaram mais de 100 profissionais. Uma cena chamou a atenção de todos. Na atividade “linha da vida”, onde os participantes são convidados a se aproximarem de uma linha desenhada no solo, ao serem perguntados sobre algumas experiências, 31 ACS revelaram ter acompanhado ou cuidado de uma criança de até um ano, que morreu de 2007 até a data do encontro.

A programação continua durante todo o mês de julho. Nos dias 8 e 9, será realizada a segunda capacitação dos profissionais do Canto Mãe Coruja (assistentes sociais e psicólogos) e do Comitê Regional do Programa Mãe Coruja Pernambucana, na sede da VI Geres (Arcoverde).
A sensibilização dos ACS sobre o Mãe Coruja vai ser realizada nos dias 10 (Pedra e Venturosa), 15 (Ibimirim, Inajá e Manari), e 16 (Petrolândia, Tacararu e Jatobá). Ao final dos encontros, todos os 598 ACS da VI GERES terão conhecido detalhadamente o surgimento, funcionamento e desafios do Mãe Coruja Pernambucana.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Mãe Coruja avança no Sertão do Moxotó

Foto de Iramarai Vilela (Grupo Alma)

Vários técnicos de diversas secretarias estão participando das novas ações do Programa Mãe Coruja Pernambucana no Sertão do Moxotó. Hoje e amanhã, serão realizadas as capacitações dos profissionais (psicólogos e assistentes sociais) que vão trabalhar no "Canto da Mãe Coruja". Também participarão os 13 representantes do Comitê Regional.


Na quinta-feira (19), haverá um grande encontro do Mãe Coruja na região. Desta vez, será com os profissionais que trabalham nos PSF (médicos, enfermeiros, dentistas), além dos que atuam nos CRAS (educadores e assistentes sociais) e extensionistas do IPA. A previsão é de um grande encontro, durante todo o dia, com aproximadamente 250 pessoas.


Na semana que vem, o Mãe Coruja começa a sensibilizar os Agentes Comunitários de Saúde (ACS). A ação vai começar nos municípios de Arcoverde, Pedra e Venturosa. Depois, vai aos municípios de Buíque e Tupanatinga. O terceiro grupo de ACS sensibilizados vai ser os dos municípios de Sertânia, Ibimirim e Custódia. Por último, Petrolândia, Manari, Tacaratu, Inajá e Jatobá.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Equipe do Mãe Coruja Pernambucana visita o bem sucedido Mãe Curitibana





Uma equipe do Programa Mãe Coruja Pernambucana, liderada pela primeira-dama, Renata Campos, viajou a Curitiba, na última sexta-feira, para conhecer de perto o programa Mãe Curitibana, lançado em março de 1999, na capital do Paraná. Depois de quase dez anos de ação initerrupta, a iniciativa vem conseguindo reduzir a cada ano a mortalidade materno-infantil. Hoje, a taxa de mortalidade infantil em Curitiba está em 10.6 por mil nascidos vivos. O objetivo do Programa, em 2008, é baixar este índice para menos de 10, o que os técnicos curitibanos denominam de “meta mobilizadora”.

A equipe foi recebida pela secretaria municipal de Saúde, Edmara Fait Seegmuller, acompanhado de uma equipe responsável pelas ações do projeto. Após uma série de explanações sobre o surgimento, forma de trabalho, a equipe da SES foi à Unidade de Saúde Especializada Mãe Curitibana - lugar de referência para acolhimento e encaminhamento dos mais variados casos, envolvendo a mulher gestante e seu bêbê.

Ali, funciona toda a parte de imagens, banco de leites, vacinação, cirurgias de alta freqüência, acolhimento dos bêbês em situação de risco. “Antes, as coisas eram espalhadas, a gente tinha dificuldades no atendimento”, explicou Edmara, acompanhada de uma equipe de profissionais de saúde. No terceiro andar, há o serviço de apoio, uma rede de proteção às crianças em risco social. “Os casos entram pela saúde e a gente discute os caminhos, a rede de proteção”, diz Edmara. No segundo andar, o espaço é dedicado ao aleitamento materno. No dia 8 de maio, foi inaugurado o Posto de Coleta de Leite Humano.

A equipe da SES acompanhou todos os setores da unidade de saúde. No primeiro andar, viram os dois consultórios de mastologia, onde são feitas também biópsias de nódulos. Nas duas salas de ecografia, são feitas mais de dois mil exames por mês. No térreo, há salas para oficinas, um espaço multi-uso, que serve para trabalhos com gestantes, fisioterapias, palestras etc.

Ações de longo prazo – Mesmo com os resultados positivos obtidos pelo Mãe Curitibana, Edmara destacou a importância das ações a longo prazo, que vêm sendo realizadas na capital do Paraná. Ela mesma está na Prefeitura de Curitiba desde 1985. “Isso tudo aqui nós fomos conseguindo ao longo dos anos, fomos garantindo com nossa luta. É um acúmulo de histórias de vinte anos. Se criou uma consciência na sociedade curitibana”.

O Programa completa dez anos de funcionamento em 2009, mas não corre o menor risco de sofrer mudanças estruturais, fruto das mudanças políticas. Todos os funcionários que trabalham no Mãe Coruja fizeram seleção pública. “Quem quer deixar sua marca, tem que pensar na sustentabilidade”, frisou Edmara.

Ao trocar idéias sobre o Mãe Coruja Pernambucana, ela comparou com um filho. “Ele não nasce com 18 anos. Vai nascer pequenininho, vai crescer. O Mãe Coruja é ainda um recém-nascido”. Ela sugeriu que a SES pense na rede de sustentabilidade do Programa, para que ele ganhe forças, e também crie raízes na sociedade pernambucana.

Ao final da visita, Renata Campos disse que estava encantada com o Mãe Curitibana, que serviu de inspiração para o Mãe Coruja, mas lembrou que o desafio pernambucano é imenso, porque vai alcançar todo o Estado, até 2010, atendendo 150 mil mulheres grávidas. Apenas na região da IX Geres (Sertão do Araripe), onde o Programa foi lançado em outubro do ano passado, são previstos 6.500 partos por ano. É a região do estado com os piores indicadores de mortalidade materno-infantil. Na IX Geres, onde o Programa foi lançado há poucos dias, há cidades com índices de 40.43 mortos por mil nascidos vivos, como é o caso de Inajá.

“Vamos pegar muitas coisas daqui e adaptar. Está tendo uma troca. Em Pernambuco, agregamos ao Programa várias secretarias, como a Secretaria da Mulher, Juventude, Trabalho e Renda, Educação, Saúde, Desenvolvimento Social. Estamos dando atenção ao vínculo mãe-filho-família”.



Equipe da SES que viajou a Curitiba:
Renata Campos (Primeira Dama e coordenadora do Mãe Coruja)
Ana Elizabeth de Andrade Lima (Gerente da Política de Saúde do Estado)
Verônica Medeiros (Assessora)
Martha Wanderley, Iramarai Vilela e Samarone Lima (Grupo ALMA: Amor, Literatura, Movimento e Arte)

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Festa no Sertão do Moxotó para receber o Mãe Coruja






Arcoverde teve um dia de festa para o lançamento do Mãe Coruja Pernambucana nesta quarta-feira (28). Pernas de pau (Grupo Brincantes), Orquestra Filarmônica da Cidade e o Côco Raízes de Arcoverde deu boas vindas a todos os integrantes do Programa. A cerimônia contou com a participação de todos os secretários envolvidos, além dos prefeitos da região.

Num discurso em que levantou principalmente questões humanas nas ações de governo, Eduardo Campos fez questão de elogiar o trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde, que diariamente vão de porta em porta, levando uma palavra, um cuidado, buscando alternativas para a melhoria da vida das pessoas. "Vocês levam a esperança, a palavra amiga, a cura, o equilíbrio".

Depois de observar que o Mãe Coruja é "um grande exame de consciência para o governador, prefeitos, agentes de saúde, médicos", ele destacou que o Programa não tem "nada de complicado", e que tem uma missão muito clara - organizar a solidariedade.
"Uma sociedade que não cuida de suas mulheres, de suas crianças, está doente. Esse Programa vai ajudar a descobrir coisas lindas dentro da gente".

Na parte final do discurso, que se tornou uma conversa sobre o Mãe Coruja, o governador lembrou que a previsão em 2008 é de 7.500 mulheres grávidas no Sertão do Moxotó. "Dá para a gente cuidar dessas crianças ou não dá?", perguntou ao público presente, estimado em 800 pessoas. "Se você sai de casa, achando que vai ajudar alguém, que vai botar sua alma, então as coisas vão acontecer. A disputa vai ser para ver quem fez mais".

Ao terminar, Eduardo Campos citou uma frase de Dom Hélder Câmara - "Quando os problemas são absurdos, os desafios se tornam apaixonantes"-, e pediu a todos somente uma coisa - "Que se apaixonem pelo Mãe Coruja".

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Mãe Coruja Pernambucana chega ao Sertão do Moxotó

Sensibilização com prefeitos e gestores da saúde, em Arcoverde.

O Programa Mãe Coruja Pernambucana será lançado oficialmente nesta quarta-feira (28), na Praça da Bandeira, no centro de Arcoverde. O governador Eduardo Campos, vai participar do lançamento, a exemplo do que aconteceu em Ouricuri, em outubro do ano passado. Todos os prefeitos do Sertão do Moxotó foram convidados. Os secretários envolvidos no Programa também participarão do lançamento. Movimentos sociais, ONGs e entidades que conheceram o Mãe Coruja semana passada, também devem participar. A cerimônia vai começar às 8h, com a apresentação da Filarmônica de Arcoverde, acompanhada pelo Côco Raízes de Arcoverde.

Esta é a segunda região do Estado contemplada com as ações do Mãe Coruja, um programa estratégico do Governo do Estado que visa reduzir os indicadores de mortalidade materno-infantil. Sua principal ação é acompanhar as mulheres gestantes, desde o momento da confirmação da gravidez e as crianças durante sua primeira infância, além de toda a família. Até 2010, o Programa vai alcançar todo o estado.

A escolha das regiões prioritárias para a chegada do Mãe Coruja seguiu os índices de mortalidade materno-infantil. “O MCP é esse programa ousado, lançado em outubro do ano passado, em Ouricuri, após um retrato do nosso estado. Duas regiões disputavam os piores índices – Sertão do Araripe e Sertão do Pajeú”, explicou Ana Elizabeth de Andrade Lima, gerente de Políticas de Saúde do Estado. “A gente fez esse retrato do estado, e começamos a formatar, no gabinete do governador, coordenado por Renata Campos, com várias secretarias, vendo como a gente poderia convergir esforços para a redução da mortalidade materno-infantil, criando uma rede de proteção social”.

São 7 secretarias envolvidas: Saúde, Educação, Agricultura, Planejamento, Juventude e Emprego, Mulher, Desenvolvimento Social e Direitos Humanos.
Para lançar o Programa, aconteceram encontros preparatórios. Num primeiro momento, o governador conversou com os prefeitos da região, num café da manhã no Palácio do Campo das Princesas. Em seguida, a equipe do Programa esteve em Arcoverde, para encontros de sensibilização, com gestores da Saúde e movimentos sociais.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Mãe Coruja vai chegando ao Sertão do Moxotó


Encontros tiveram muita participação e troca de idéias

Depois de chegar ao Sertão do Araripe, o Programa Mãe Coruja vai chegando ao Sertão do Moxotó. Nesta terça-feira (20), um encontro de sensibilização sobre o Programa reuniu, na sede da VI Geres, em Arcoverde, mais de 130 pessoas, divididas em duas turmas.

Na parte da manhã, o público foi de prefeitos, secretários municipais (Saúde, Educação, Trabalho, Assistência Social, Coordenador do IPA, Coordenação da Mulher), Agência do Trabalho, representantes das GERES, representantes da CRS. À tarde, foi a vez dos coordenadores dos PACS\PSF, profissionais dos CRAS, Conselhos Municipais Tutelares, Conselhos de Saúde, representantes da Fundação Terra, parteiras tradicionais e representantes da Educação.

Nos dois turnos, todos puderam conhecer detalhadamente o funcionamento do Programa, como ele é organizado, a articulação das secretarias, cronograma etc. Nas dinâmicas, todos puderam assistir ao vídeo "Vida Maria", e ao documentário produzido pela equipe do Mãe Coruja, mostrando o lançamento em Ouricuri, sede da IX Geres, em outubro do ano passado.

Num clima animado, com a participação de todas as secretarias envolvidas no Programa, todos puderam tirar dúvidas sobre os temas os mais diversos, desde a participação das parteiras tradicionais ao monitoramento dos PSF, passando por temas como controle da natalidade, participação dos médicos e esclarecimentos sobre o "Canto da Mãe Coruja".

Veja alguns depoimentos:

“Hoje é que estou tendo o primeiro contato, para entender de forma mais detalhada. Na fala de grande parte, sinto um chamamento para que os municípios se envolvam, para que a gente faça esta parceria, para que ele de fato possa acontecer. Na verdade, entendo que o Programa é para a população, e acho que isso é um interesse de todo mundo que está aqui, de todas as pessoas que representam seus municípios. Que isso seja a mola-mestre, para que o PMC possa acontecer”.
Kátia (IPA\Regional Arcoverde)

“Queria dizer a vocês que nossa visão, hoje, é a de ampliar um trabalho para a comunidade e para a população. Estamos para ajudar. Logo em primeira mão, todas as mães, tudo o que se tem em Pernambuco, passa pelas mãos da gente”.
Arnaldo Tenório, diretor-executivo do SindSaúde

“Enfrentar a mortalidade infantil e materna, implica pactuação, construção, apropriação e empoderamento, organizando a referência e contra-referência. A gente está quebrando aquele ciclo de vida de Maria, com enfrentamento por pares, com resgate de cidadania dessas pessoas, tanto é que a gente seguiu o caminho inverso. Fomos primeiro para as regionais mais difíceis de indicadores, entendendo isso como um processo de construção".
Lusanira Santa Cruz, gerente da Atenção Básica/SES

TOME NOTA!

Lançamento oficial do Programa Mãe Coruja no Sertão do Moxotó

Quarta-feira, dia 28 de maio, de 8h às 10h.
Local: Praça da Bandeira de Arcoverde.
Filarmônica de Arcoverde e Coco Raízes de Arcoverde

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Psicólogos e assistentes sociais reforçam o Mãe Coruja na IX Geres


Os novos psicólogos e assistentes sociais contratados para o Programa Mãe Coruja Pernambucana, tiveram um animado encontro de sensibilização e capacitação, nos dias 15 e 16, em Ouricuri, sede da IX GERES. Além de conhecer detalhadamente todas as etapas e dinâmicas do Programa, os profissionais trocaram idéias, discutiram sobre os desafios, e entraram no "clima" do trabalho.
Segundo Iramarai Vilela, da equipe do Mãe Coruja, os dois dias de atividade foram muito dinâmicos, com a participação dos novos contratados, profissionais da equipe do Programa, além dos representantes do Comitê Regional, indicados pelas 11 prefeituras que fazem parte da IX GERES. No total, mais de 25 pessoas participaram do encontro.


Segundo Iramarai Vilela, da equipe do Mãe Coruja, os dois dias de atividade foram muito dinâmicos, com a participação dos novos contratados, profissionais da equipe do Programa, além dos representantes do Comitê Regional, indicados pelas 11 prefeituras que fazem parte da IX GERES. No total, mais de 25 pessoas participaram do encontro.

No segundo dia de atividades, o Programa foi explicado detalhadamente por Jaílson Lopes, da equipe do Programa. Alessandra Fam apresentou o "plano de ação" na região. As várias secretarias envolvidas também mostraram como será a atuação. Por último, foi feita a pactuação de atividades, os principais aspectos que os profissionais irão trabalhar: rede materna, Canto da Mãe Coruja, articulação com a sociedade civil organizada etc.

Um novo encontro foi marcado para dia 29 de maio, novamente em Ouricuri, para verificar os resultados da pactuação.
O Mãe Coruja começa a avançar em outras regiões do Estado. Será lançado oficialmente em Arcoverde, sede da VI Geres, dia 28 de maio.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Mãe Coruja tem novos encontros e capacitações

O Programa Mãe Coruja Pernambucana está realizando uma série de encontros, sensibilizações e capacitações. Hoje (15) e amanhã (16), na sede da IX Geres, em Ouricuri, estará sendo realizada a capacitação dos profissionais aprovados para trabalhar nos “Cantos Mãe Coruja”. São psicólogos e assistentes sociais, que irão conhecer detalhadamente todas as etapas de funcionamento e a dinâmica do Programa.

Hoje, além da dinâmica de acolhimento (Árvore das expectativas), serão realizadas várias atividades lúdicas, visando a integração dos novos profissionais, como uma atividade envolvendo madeiras, exibição do filme de lançamento do Mãe Coruja na IX Geres, discussão sobre a missão do Programa, e visão de futuro. Ao final das atividades, a Ciranda do Mãe Coruja vai reunir todos os participantes em uma celebração coletiva. A música foi composta por Frei Aluízio Fragoso, que participou da sensibilização de todos os ACS da IX GERES.

No segundo dia de atividades, será feita a apresentação do “Protocolo Operacional do Programa”, com um bom tempo livre para tirar dúvidas e esclarecimentos. À tarde, será exibido o filme “Sapateado”, acompanhado de uma discussão. Por fim, será apresentada a “Pactuação do produto do dignóstico de área”. Após esclarecimentos, será feita a avaliação da capacitação.

Sensibilização na VI Geres

No dia 20 de maio (próxima terça-feira), a equipe do Mãe Coruja vai realizar uma oficina na VI Geres, com sede em Arcoverde. O objetivo é sensibilizar e apresentar o Programa para a região do Sertão do Moxotó.

Participarão do encontro coordenadores dos PACS\PSF, profissionais dos CRAS, Conselhos Municipais de Defesa dos Direito da Criança e Adolescente (COMDICA), Conselhos Municipais Tutelares, Conselhos de Saúde, Representante da Fundação Terra, Parteiras Tradicionais e Representantes da Educação.

Em outubro de 2007, o Mãe Coruja foi lançado na IX Geres. Agora, é a vez da VI GERES. Até 2010, estará em todo o estado de Pernambuco.