quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Profissionais dos Cantos Mãe Coruja da IX Geres são capacitados

Relatório da Capacitação dos Novos Profissionais dos
Cantos Mãe Coruja – IX GERES

Responsáveis:
Natércia Gomes de Sousa – Coordenadora Comitê Regional
Flávia Augusta Queiroz – Psicóloga do Canto Mãe Coruja de Santa Cruz
Data: 22 e 23/10/08

Discussões e encaminhamentos
A capacitação foi formatada em dois momentos. No primeiro, tivemos a participação dos novos profissionais para complementação dos Cantos Mãe Coruja de Exu, Ipubi, Parnamirim e Santa Filomena. Já no segundo, proporcionamos a integração dos profissionais que hora chegam com os já atuantes, além dos representantes municipais do Comitê.
Segue então relato das etapas desenvolvidas:

Quarta (22/10/08):
Apresentação Pessoal
No primeiro dia da capacitação ocorreu o acolhimento das novas integrantes do Programa Mãe Coruja. Leonia Carvalho, Fabianne Luna, Cláudia Elayne e Isabel Saraiva compareceram trazendo inicialmente a percepção pessoal de terem sido escolhidas para o Programa, sendo notado em todos os depoimentos o interesse pelo Mãe Coruja, a experiência profissional e a sensibilidade para o trabalho com as gestantes.
Levantamento de expectativas
Foram levantadas expectativas com as profissionais, sendo perguntado sobre “O que é o Mãe Coruja e Como estou me sentindo?”
Neste momento surgiram depoimentos interessantes:

“O Mãe Coruja funciona como uma integralidade articulada em que é possível visualizar em suas ações o ser humano de forma integral”;
“O Programa contribui para a melhora da qualidade de vida da gestante e sua família”.

Apresentação do filme Vida Maria

Foi observado do filme a repetição do ciclo de vida com situações de vulnerabilidade, falta de instrução escolar, trabalho infantil, qualidade de vida, bem como a inexistência de planejamento familiar e orientação dos profissionais da saúde local e de outras áreas, além de retratar a realidade da nossa região. Quando relacionado ao programa, percebe-se a necessidade da intervenção pública para romper esse ciclo, promovendo uma melhor qualidade de vida para a gestante e sua família.

Técnica do Arquipélago

Através desta técnica, trabalha-se a necessidade de passar por três ilhotas - grande, média e pequena. O grupo vivenciou a importância da parceria e integração para o sucesso do Programa, do trabalho em equipe, bem como a percepção dos limites de atuação. Fatores estes, primordiais para a superação de dificuldades que se apresentem.

Apresentação do Programa Mãe Coruja e Avanços do Programa na Região

Na apresentação surgiram questionamentos como: o atendimento de crianças que não participam do Mãe Coruja, mas que se encontram em situação de risco, estando a equipe a compreender que deverá ser feito nesses casos, orientação a família para evitar a mortalidade infantil.
Foi exposto também como reflexão para todos os profissionais, que em muitos casos, quando o profissional reclama que está fazendo pouco pela gestante, pela ótica desta o pouco feito é muito, na condição desta nunca ter tido atenção e assistência profissional.

Técnica de Mudança de Peças

Através desta técnica, em que foi pedido a identificação de peças e acessórios usados no momento pelo colega, foi explorada a necessidade de observar e não apenas olhar as diversas situações vivenciadas no programa de forma a estimular o foco nas ações desenvolvidas.
Formulários e Planilhas de Monitoramento
Apresentação e explicação dos formulários e planilhas de monitoramentos utilizados no programa, frisando o fluxo de entrega desses informes.
Em círculo e de mãos dadas, uma doando e outra recebendo, concluímos o dia lançando a pergunta de como cada um se vê no Mãe Coruja. O grupo colocou a importância do compromisso, percebendo-se como um ser integrante em busca de vidas melhores para as gestantes da região.

Quinta (23/10/08):

Apresentação/Integração
Feita apresentação dos profissionais atuantes e novatos, além dos membros do Comitê iniciando a integração necessária entre a equipe.

Papéis dos Atores Envolvidos.

Apresentação do fluxograma do Programa, mostrando os papéis desempenhados pela Coordenação Estadual, Comitês e Equipe Técnica dos Cantos Mãe Coruja. Cláudia Alves e Marcelo Marques, representantes de Moreilândia e Santa Cruz no Comitê Regional, respectivamente, destacaram importância da articulação com o município, informando que “o membro do comitê abre caminhos dentro do município para a equipe do Programa Mãe Coruja atuar”.

Exposição Cantos Mãe Coruja

Foi solicitado que cada Canto Mãe Coruja apresentasse o desenvolvimento do Programa em seu município, possibilitando uma visão geral das atividades já executadas. Profissionais pontuaram a mobilização com os atores sociais, a relação com as Secretarias Municipais e Estaduais (saúde, educação, assistência social, agricultura/IPA, mulher) e como se encontra o cadastramento das gestantes e seu acompanhamento.

Moreilândia

Relatou que no início foi difícil, contudo atualmente existe boa parceria entre o programa, as secretarias do município, a sociedade civil e o Gestor. A dificuldade existente é a relação com a secretaria de Ação Social.

A Secretaria de Saúde facilita na realização de consultas, exames e ultra-som. O Conselho Tutelar realiza junto ao Canto visitas as gestantes adolescentes. E o IPA, também parceiro, promove reuniões com as gestantes e a Secretaria de Educação o Círculo de Cultura.
Cadastradas 90 gestantes e atualmente acompanhados 8 bebês corujas.
“O trabalho é árduo, mas esse mesmo trabalho é o que nos dar força para superar obstáculos”.

Bodocó

Foi relatada a realização de reuniões com a secretaria de saúde, educação e assistência social, estando esta sempre disponível inclusive, com o oferecimento de espaço inicialmente para o Canto Mãe Coruja. Outra parceria com o CRAS foi ter disponibilizado um oficineiro para ensinar bordado em peças do enxoval às gestantes do círculo de cultura. Esta parceria com as três secretarias citadas acima foi reforçada no momento da entrega dos enxovais, com a participação dos respectivos Secretários. Contam ainda com o IPA como parceiro.

Atualmente possuem mais de 180 gestantes cadastradas e entregaram 9 enxovais. Quanto ao acompanhamento dos bebês corujas, percebe-se a necessidade de mais dedicação.

“O processo do cadastro não é tão simples, precisamos buscar parcerias, e começamos a sentir dificuldades a partir do momento em que o comitê se afasta da equipe”.
“Sentimos falta de retorno do Hospital Regional, em que as gestantes são transferidas e não são comunicadas ao município”.

Exu

Houve mobilização com todos os atores sociais. Membro do Comitê relatou que mesmo sem profissional no Canto Mãe Coruja, conseguiram realizar a capacitação Nenhuma Pernambucana sem Documento e manter o funcionamento do Círculo de Cultura e o Curso de Qualificação Profissional.

“Valorizo a necessidade de dar início do cadastro pelas gestantes do Círculo e do Curso de Qualificação, elas estão muito ansiosas.”

Falou ainda da solidariedade das gestantes, em que uma delas, adolescente de 13 anos, teve seu bebê e as demais foram visitá-la, mostrando a formação e fortalecimento de vínculos afetivos entre elas.

Quanto à continuação do cadastro, verbaliza “a necessidade de romper com o ciclo vicioso da mãe só ir ao PSF com o filho quando este está doente, elas precisam ver o PSF como prevenção e não como espaço ambulatorial”.

Ouricuri

Foi mobilizada a Saúde e a Ação Social. Com a primeira observa-se a necessidade de reforçar o objetivo principal do Mãe Coruja, tendo em vista que as enfermeiras estão resumindo as atividades do Programa a entrega de enxoval e, com a segunda secretaria mencionada, observa-se uma grande parceria. Foi realizada também parceria com a secretaria de educação.
No início dos cadastros somente uma técnica pôde estar presente, mas atualmente foi normalizado, contando com 320 gestantes e 23 bebês corujas, contudo está sendo difícil fazer o acompanhamento destes por falta de parceria com a saúde, não tendo disponibilizado carro para atingir os 18 PSF´s do município.

Quanto aos dados de óbitos, estão sempre solicitando, contudo não estão tendo retorno, conforme informa a Psicóloga do Canto.

Ipubi

Muitos atores se colocaram disponíveis no início do Programa, mas quando procurados, não firmavam parcerias. A parceria com a equipe de saúde, por exemplo, teve mais êxito quando procurada individualmente. “Reconheço falha minha na primeira mobilização, mas na segunda vou fazer diferente”, relatou a Psicóloga do Canto.

O círculo de cultura ainda não está funcionando, mas já foram identificadas através do cadastro 20 gestantes com perfil. E o curso de Qualificação Profissional conta com 25 gestantes participando do II Módulo.

Estão cadastradas atualmente 137 gestantes, tendo 2 distritos distantes que não foi possível fazer a visita. Foram entregues às gestantes 15 enxovais, sendo uma mãe de gêmeos.

Granito

Realização de mobilização com todos os atores, dificuldade somente encontrada com os extensionistas do IPA que não participam das reuniões do comitê municipal. Quanto ao PSF estão realizando cadastros in loco no dia do Pré-Natal.

Percebem a necessidade de melhorar o acompanhamento dos bebês, tendo em vista que o ACS às vezes não comunica o nascimento destes.

Santa Cruz

O Mãe Coruja foi aceito por todos os atores envolvidos, com destaque para as próprias gestantes que comparecem em peso para participarem de diversas atividades.

Estão atuando com Círculo de Cultura e Curso de Qualificação Profissional, sendo preciso em alguns momentos realizar reuniões com as gestantes quando se percebia a evasão.

A parceria com os PSF´s e Epidemiologia está permitindo a atualização dos óbitos existentes no município, acompanhamento dos bebês corujas e acompanhamento de partos, em que as próprias gestantes se habituaram em avisar quando estão próximas a ganharem bebês.

O cadastro atualmente conta com 105 gestantes e perceberam a necessidade de buscar novas gestantes, tendo em vista que este número de cadastros só vai aumentando e não diminuindo, na medida em que surgem novas mulheres grávidas.

Após apresentação houve debate e reflexões sobre as ações desenvolvidas em cada Canto Mãe Coruja, dando subsídios para os novos profissionais terem conhecimento amplo e geral das ações, além de contribuir para a integração deste com o Programa/equipe.

Diagnóstico

Pontuado a importância do acompanhamento do diagnóstico feito pelos profissionais no início dos trabalhos, frisando ao município de Santa Filomena que será necessário a elaboração deste, para instrumentalizar seu trabalho.

Finalização

Celebrando a capacitação, os profissionais avaliaram em círculo como sendo importante o momento vivenciado para a integração grupal, bem como aprofundar os conhecimentos em torno do Programa, considerando ainda, válido desenvolvermos outros momentos para troca de experiências. Pontuaram ainda, que na região do Araripe, o Programa evolui em conjunto, com trabalho e dedicação de todos.

ANEXOS

Foram entregues pastas contendo materiais considerados importantes para o conhecimento dos profissionais, como: folder explicativo e apostila sobre o Programa, Política de Fortalecimento da Atenção Básica, Protocolo Operacional, cópias dos decretos nº 30.859 e nº31.247, referente a criação do Programa e cadastramento das gestantes, respectivamente, também a portaria nº 1.119 que regulamenta a vigilância de óbitos maternos, além de formulários utilizados na execução das ações.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Por favor deixe seus comentários e sugestões...